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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Jovem ajuda no resgate de vítimas e salva irmão sem reconhecê-lo


Jovane Rosso estava na boate Kiss na madrugada do último domingo, é um sobrevivente da tragédia que abalou não só a cidade de Santa Maria, mas todo o país, e, ainda, conseguiu ajudar no resgate de algumas vítimas, inclusive do irmão, Delvani. Os jovens estavam em locais diferentes na hora que o incêndio começou. Jovane saiu logo no início da confusão, porém percebeu, em certo momento, que poucas pessoas conseguiam sair. Foi, então, que ele e um grupo de 10 passaram a colaborar no salvamento.

"A gente começou a entrar na boate e resgatar os corpos que estavam desmaiados no chão, e levar para os bombeiros. Nós conseguimos tirar umas 40 pessoas de lá. Ontem, eu soube que os caras que estavam ajudando comigo ou estão no CTI ou faleceram por inalar a fumaça tóxica", relembrou Jovane que completou: "Eu só vi que tinha retirado o meu irmão quando ele estava estendido no chão, em frente à boate”.
José Luis Rosso, pai dos jovens, contou que Delvani está internado em um hospital de Santa Clara: “É lamentável a situação do meu filho. Hoje, nós estamos aqui de coração partido. Só os médicos e Deus para salvar o meu filho. Eu peço às autoridades que reflitam na dor que um pai sente e sirvam de alerta para as boates que estão fora da licença. Ontem, nós tentamos transferir meu filho para Porto Alegre, mas ele teve uma queda de pressão". Segundo os médicos, Delvani tem queimaduras em 70% do corpo e o quadro dele continua grave.
Mãe de vítima conta que pediu para a filha não ir à boate
Na noite do último sábado, enquanto acompanhava Natana Canto se arrumar para ir à boate Kiss, Maria Goreti Pereira fez um pedido para a filha, sem saber que aquela seria a última vez que falaria com a menina: “Não vai, é perigoso”. As saídas noturnas de Natana eram raras e, por isso, a mãe estava preocupada com a jovem. “Mas ela respondeu que ia e que me ligava às 3h”, relembrou. No horário marcado, às 3h da manhã de domingo, o telefone tocou, mas, infelizmente, não era Natana, e as notícias não eram as melhores. Uma vizinha queria avisar Maria Goreti sobre o incêndio na casa noturna.
A mãe contou que procurou a filha em vários hospitais da cidade mas não a encontrou: “Eu pulei da cama e sai correndo para lá”. Inconformada, Maria Goreti exigiu justiça pela morte da filha e desabafou: “Fiscalização, para essas mortes não ficarem em vão. Minha filha não vai voltar mas pelo menos vai evitar que isso aconteça novamente. O que eu vou fazer sem a minha filha? Minha vida termina hoje. Meu coração não tem como superar a falta da minha filha, meu coração está morto”.
Daniela da Silva, prima da vítima, também estava na boate Kiss e foi a última a ver Natana. "A gente se viu na boate, se cumprimentou mas depois se separou. Não sei como eu consegui ficar viva, mas fiquei muito triste pela minha prima. A porta estreita, demoraram para abrí-la, tudo muito escuro e a gente não enxergava nada. Vi um monte de gente pelo chão e não tive como ajudar ninguém, eu não estava em condições de ajudar ninguém”, relembrou Daniela, ainda muito abalada pela tragédia.

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