ULTIMAS NOTÍCIAS

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

150 crianças esperam vaga em creche em Iacanga

Divulgação
Prefeito Chico do Bordado aguarda recursos do Estado

Iacanga – Mães que trabalham e têm filhos pequenos estão enfrentando o problema da falta de vagas na única creche de Iacanga (50 quilômetros de Bauru). A lista de espera já chega a 150 crianças. E a situação está longe de ser resolvida. De acordo com a prefeitura, existe um convênio para a construção de creche-escola no município, com recursos do governo do Estado. Porém, numa previsão otimista, as obras só devem ser concluídas no final deste ano. A Câmara pede que, até lá, o município busque uma alternativa para que as crianças não fiquem desassistidas.
Na última sessão, cinco vereadores apresentaram indicação ao prefeito Francisco Donizeti dos Santos (DEM), o Chico do Bordado, para que ele estude a viabilidade de aumento no número de vagas na creche para o atendimento de crianças até seis anos. O documento deverá se encaminhado ao Executivo ainda hoje.
Nele, os parlamentares ressaltam que “uma cidade que é um polo industrial e em pleno crescimento e que deseja almejar um crescimento equilibrado e com a educação como principal carro forte não pode aceitar que exista uma lista de espera tão grande em um serviço tão essencial, como é a creche municipal”.
Um dos vereadores que assina a indicação, Rafael Geovani Delaporta Sedemak (PV), alega ter recebido reclamações de mães que trabalham, não têm com quem deixar os filhos e não conseguem vaga na única creche do município, a Casa da Criança. Apesar de ser particular, ela é subsidiada pela prefeitura e recebe crianças de 8 meses a seis anos.
“A nossa creche, hoje, atende 130 crianças e tem uma lista de espera de 150. Tem mais criança fora do que dentro da creche”, declara. “São 40 crianças no berçário e o restante, de 3 a 6 anos, são aquelas crianças que vão também para a escola e ficam na creche num determinado período”.
Segundo ele, as vagas nas creches não acompanharam o crescimento da cidade. “Em oito anos da administração anterior, não foi feito nenhum investimento nesse setor. A cidade cresceu, aumentou o emprego e a única coisa que teve foi um aumento da creche, bancado pela usina da cidade, para atender os funcionários da usina”, revela.

Solução a longo prazo
O secretário de Administração de Iacanga, Moacir Benedito Bueno, confirma a existência da fila de espera. Segundo ele, existe convênio assinado entre prefeitura e governo do Estado para construção de uma creche-escola na cidade com 150 vagas, com repasse a fundo perdido. O projeto deverá ser concluído em 90 dias e as obras concluídas até o final do ano.
A creche-escola irá funcionar ao lado da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Orlando Castro. “Paralelamente a isso, o prefeito já solicitou novo convênio para mais 150 crianças ao governo federal”, revela.“Mas a gente sabe que a liberação de recursos, tanto do governo do Estado quanto do governo federal, é complicada, é uma coisa demorada”.
Bueno contesta a informação de Sedemak e alega que a creche da Casa da Criança foi reformada pelo ex-prefeito Ismael Boiani. “Ela atendia 70 crianças no máximo. Ele fez uma obra lá, duplicou essa creche e ela foi terminada com o apoio, inclusive, da usina de Iacanga para atender mais crianças”, afirma.
De acordo com o secretário, até que a creche-escola esteja concluída, as mães terão que ter paciência, já que a prefeitura não tem como recorrer a uma solução emergencial para a falta de vagas. “A gente tenta fazer de tudo, mas milagre não consegue fazer”, declara.

Mães relatam drama da falta de vagas
Ingrid Teixeira de Souza, 24 anos, que tem um filho de 1 ano e 9 meses, conta que há três meses tenta uma vaga para ele na creche, sem sucesso. “Eu fui umas cinco vezes na creche atrás de vaga porque eu precisava trabalhar e não tinha com quem deixar meu menino. A moça da creche falou que não tinha vaga e que era para eu continuar tentando”, diz.
Sem alternativa, ela teve que recorrer a uma escola particular para deixar o filho durante meio período, desembolsando por mês R$ 162,00. Há três semanas, Ingrid saiu do emprego. “Agora, eu vou ter que tirar ele da escola porque não vou ter condições de pagar”, desabafa.  A cobradora interna Bárbara Peres, de 22 anos, também enfrenta o drama da falta de vagas na creche. Mãe de dois filhos com síndrome de down – de 11 meses e 2 anos e 4 meses – ela paga R$ 300,00 por mês para uma adolescente cuidar das crianças enquanto trabalha. “Eu ganho R$ 600,00. É a metade do meu salário”, declara. “Vou ficar esperando até quando porque, querendo ou não, esse dinheiro faz falta?”.
De acordo com Bárbara, que questiona o critério de seleção das crianças pela creche, o seu filho mais velho fica das 13h às 16h na  Apae. “Só que não é aconselhável. Hoje em dia, quem tem síndrome de down é para frequentar escola regular e normal”, afirma. “Ele é uma criança muito ativa e faz tudo o que uma criança da idade dele faz. Ele está indo lá porque eu preciso”.

Fonte JC

Share this:

Postar um comentário

 
Back To Top
Copyright © 2014 Regipa Blog. Designed by OddThemes